Compartilhar a senha do streaming deixou de ser uma realidade para milhões de pessoas em todo o mundo em maio do ano passado, quando a Netflix proibiu a prática.

Eu era do time compartilhamento – e agora pago R$ 12,90 a mais na conta família. Faz parte do jogo – e entendo, de verdade, a decisão da plataforma. Tinham alguns casos absurdos de dezenas de pessoas dividindo o mesmo acesso!

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O que surpreende agora é que isso continua acontecendo até hoje. É o que mostra um novo estudo feito nos Estados Unidos. O levantamento, conduzido pelo chamado Grupo de Estudos Leichtman, apontou que 10% dos usuários da Netflix ainda usam senhas compartilhadas de amigos ou parentes que não vivem no mesmo domicílio que eles.

A porcentagem caiu bastante desde 2018, quando 18% dos usuários da plataforma faziam isso. O número foi de 14% em estudo similar de 2020, e 15% em 2022.

Apesar da baixa histórica, os 10% apontados pelo estudo ainda representam muita gente. Se projetarmos esses 10% no mundo todo, estamos falando de 26 milhões de usuários!

Vale destacar que essas pessoas burlam o sistema com alguns truques, indicando que o dono da conta estaria de férias em outro lugar ou fazendo atualizações frequentes de endereço.

Para além da Netflix, o grupo Leichtman também fez a mesma pergunta em relação aos outros serviços de streaming, como Disney+, Max e Prime Video. Nesse caso, o número subiu: a pesquisa concluiu que ao menos 23% de todos os domicílios compartilham senha de acesso com pessoas que moram em outros lugares.

Streamings de filmes e séries via Bastian Riccardi/Unsplash
Imagem: Bastian Riccardi/Unsplash

Uma experiência bem-sucedida

  • O bloqueio do compartilhamento de senhas no Brasil começou no dia 23 de maio do ano passado.
  • Muita gente reclamou no começo, mas depois voltou a assinar – ou pagando uma taxa extra para “pontos” fora de casa ou fazendo uma nova assinatura mesmo.
  • No trimestre imediatamente posterior a essa mudança, a Netflix já tinha registrado um crescimento de 5,9 milhões de novos assinantes em todo o mundo.
  • O número melhorou ainda mais no último trimestre do ano passado, quando a empresa informou ter obtido 13 milhões de novos assinantes.
  • Foi o maior número em um único trimestre desde o auge da pandemia.
  • Foi também um dos melhores resultados da história para os meses de outubro a dezembro, superando em 50% a expectativa do mercado.
  • Ao fim do ano passado, a Netflix acumulava cerca de 260,28 milhões de assinantes em todo o planeta.
  • A empresa é a líder do segmento.
  • Os números relativos ao primeiro trimestre deste ano sevem ser divulgados em breve.

Outros streamings

Como a líder de mercado deu o exemplo, outras plataformas podem seguir o mesmo caminho. É o caso da Max (antiga HBO Max).

O diretor de streaming e games da Warner Bros. Discovery, Jean-Briac Perrette, disse, no início de março, que o serviço pode adotar a medida ainda em 2024. A mudança deve começar em alguns países da Europa e depois seguir para o restante do mundo. Não há previsão de quando acontecerá no Brasil.

Logomarcas de serviços de streaming empilhadas
Clientes estão cada vez mais aptos e dispostos a alternar entre serviços de streaming (Imagem: Reprodução)

Assinantes do Hulu já enfrentam a limitação desde 14 de março nos Estados Unidos. Como o Hulu é ligado à Disney, existe uma expectativa de que isso passará a acontecer também com o Disney+, a plataforma mais popular da marca.

A tendência, portanto, é que os grandes serviços de streaming sigam a Netflix no curto ou médio prazo. A única exceção aparente, até agora, é o Prime Video, da Amazon. Executivos da empresa chegaram até a criticar a Netflix quando a empresa propôs a mudança.

Vale destacar, no entanto, que o Prime tem uma proposta um pouco diferente. Ao aderir, o assinante recebe uma espécie de combo, com desconto de frete e outras promoções da Amazon. Por esse motivo a marca não sofre tanto com compartilhamento de senhas.

As informações são do Omelete.

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