Após uma semana intensa de atritos entre o X, seu dono Elon Musk e autoridades brasileiras – em especial, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes –, o governo federal resolveu suspender novos contratos de publicidade com a rede social em reação às falas e atitudes de Musk.

A decisão não vale para os anteriores, pois há impedimento de suspensão com os que estão em andamento, segundo relatos.

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Segundo a Folha de S.Paulo, entre 2023 e 2024, foram pagos à plataforma cerca de R$ 5,4 milhões. Integrantes do governo se basearam em norma publicada em fevereiro pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para evitar veiculação de anúncios do governo em canais que promovem fake news.

A regra tem como objetivo “coibir a monetização” em ações publicitárias do governo “de sites, aplicativos e produtores de conteúdo na internet que ensejem risco de danos à imagem das instituições do Poder Executivo federal por infração à legislação nacional ou por inadequação a políticas e padrões de segurança e de adequação à marca do governo federal”.

Fim de contratos do governo no X

  • Dados do portal de despesas e publicidades do governo indicam que o valor gasto entre 2023 e 2024 se refere, em especial, às campanhas da própria secretaria e do Ministério da Saúde;
  • Há, ainda, despesas de outros órgãos do governo, mas não do que foi desembolsado por bancos públicos e estatais;
  • Apesar do valor, o X recebeu verbas inferiores às obtidas por Meta, TikTok e Google;
  • Todavia, é possível que o X tenha recebido mais verbas do governo, pois o portal só apresenta os gastos com anúncios já veiculados.

Executivos do governo, em especial o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começaram a aderir ao Bluesky, rede de Jack Dorsey, um dos cofundadores do antigo Twitter, que cresceu em usuários nos últimos dias após a briga de Musk com o Brasil. Porém, até, justamente, esta sexta-feira (12), a rede social não permitia a entrada de chefes de Estado.

A primeira publicação de Lula no Bluesky foi na manhã de sexta-feira (12), sobre sua agenda de sexta-feira (12). Suas foto e descrição são as mesmas do X. Quem também entrou no Bluesky foi o ministro da Secom, Paulo Pimenta, que fez críticas voltadas supostamente para Musk, sem citá-lo nominalmente.

Não vamos permitir que ninguém, independente do dinheiro e do poder que tenha, afronte nossa pátria. Não vamos transigir diante de ameaças e não vamos tolerar impunemente nenhum ato que atente contra nossa democracia.

Paulo Pimenta, ministro da Secom, em seu perfil no Bluesky

Ele completou, afirmando que o Brasil não será “tutelado” pelas plataformas de redes sociais.

Já Musk, por sua vez, vem recebendo apoio de bolsonaristas, desbloqueou contas de investigados por disseminar fake news e passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF). E, nesta sexta-feira (12), ele foi além. Leia a seguir sobre o assunto.

Presidente da Argentina oferece apoio à Musk contra Brasil

Foi além, pois se encontrou com o presidente da Argentina, Javier Milei, nesta sexta-feira (12). O encontro foi realizado na fábrica da Tesla, no Texas (EUA).

Segundo a Folha, o governo argentino indicou que, entre outros temas abordados, Milei “ofereceu colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o marco do conflito judicial e político no país”.

Presidente da Argentina (esq.), Javier Milei, ao lado de Elon Musk (Imagem: Divulgação/Presidência da Argentina)

Contudo, não foram dados detalhes de como seria a colaboração ofertada pelo presidente argentino. Milei também teria dito que as portas de seu país estão abertas aos funcionários que trabalham na divisão brasileira do X.

O governo argentino também informou que Milei e Musk fecharam acordo para realizar, “muito em breve”, grande evento na Argentina para “fomentar as ideias da liberdade”.

Outro tema abordado por Musk teria sido como fomentar as taxas de natalidade mundo afora, “enfatizando que o decrescimento das populações pode ser o fim da civilização”.

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