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Mercado imobiliário aquecido: ainda vale à pena investir em proptechs?

Um estudo da Liga Ventures, de julho deste ano, apontou uma retração de 32% nos investimentos em conferência com 2022. Em 2023, esses setores captaram R$ 898 milhões em 22 deals, contra R$ 1,302 bilhão em 21 deals no ano anterior. Embora para as venture capitals, os investimentos estejam tímidos, especificamente para proptechs e construtechs, o mercado imobiliário apresenta boas perspectivas.

O levantamento destacou que startups em estágio Serie D e E foram responsáveis por 83% do montante totalidade captado em 2023. Startups Serie D captaram R$ 250 milhões, enquanto as Serie E alcançaram R$ 495 milhões.

No Brasil, o setor imobiliário vive um momento otimista, impulsionado pela recente queda das taxas de juros para 10,5% ao ano, apesar do aumento nos preços dos imóveis, que subiram 6,53%, segundo o Índice FipeZAP. Nos últimos 12 meses encerrados em março, as vendas de imóveis residenciais novos cresceram 43,1%, totalizando mais de 177 milénio unidades, segundo o Indicador ABRAINC-Fipe, uma parceria entre a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Instauração Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com dados de 20 empresas associadas. O totalidade de vendas atingiu R$ 54,3 bilhões, um aumento de 47,4%.

O segmento de médio e elevado padrão cresceu 5,8%, com 10.453 unidades vendidas e um aumento de 34,4% no valor, totalizando R$ 5,7 bilhões. O programa Minha Lar, Minha Vida (MCMV) teve um desempenho ainda mais significativo, com prolongamento de 120,6% no volume de vendas, alcançando 39.340 unidades e um aumento de 137,5% no valor das transações, somando R$ 9 bilhões.

Diante desse cenário, convidamos especialistas para responder à questão: ainda vale a pena investir em proptechs?

A demanda por inovação no mercado imobiliário

O Mapeamento Pátrio de Startups do Observatório Sebrae Startups mostra que existem 16 construtechs, proptechs e condotechs fundadas no Brasil. Segundo Lucas Palermo, gestor de Produtos Digitais e Inovação da MRV, o setor imobiliário tem uma manente demanda por novas tecnologias.

“Acredito que sempre há oportunidades de evolução. As tecnologias estão avançando rapidamente e, se muito aplicadas, vão gerar inovações importantes. Percebemos espaços em toda a ergástulo de valor, da incorporação até a experiência de moradia das pessoas”, analisa Palermo.

Ele destaca que o setor pode se beneficiar de inovações em processos diversos. “A industrialização do canteiro de obras, passando pela digitalização até a emprego de lucidez sintético em soluções de engenharia, sempre visando eficiência operacional e lucidez de negócios, é uma vertical com grande potencial”, explica Palermo.

A MRV, por exemplo, colabora com mais de 70 startups e é sócia mantenedora do Orbi, um hub de inovação. Um exemplo de parceria é com a startup UCondo, que atua junto à MRV na transformação da gestão condominial.

Um olhar de longo prazo no investimento em proptechs

Para Julio Viana, CEO da Plaza, proptech que recebeu investimento de R$ 5,5 milhões em setembro deste ano, o mercado de venture capital ainda tem recursos para startups de qualidade, apesar da desaceleração no early stage. “Os investidores de Venture Capital estão olhando para o longo prazo. As tendências que impactaram nossa captação incluem a lucidez sintético generativa e o prolongamento do mercado de locação”, afirma.

Viana acredita que o aumento da demanda por locação, impulsionado pelo prolongamento dos preços dos imóveis, e o uso da IA podem impulsionar ainda mais os investimentos no setor.

Para Roberto Pinho, sócio fundador e CEO da MyDoor, startup que vende residências de elevado padrão fracionadas para grupos de sócios, as análises à longo prazo também se dão pelo estabelecimento de novas gerações porquê consumidores no mercado imobiliário.

“O prolongamento da classe consumidora nas gerações Y e Z mostra essa mudança e a procura por modelos mais eficientes e com serviços agregados. Com o tempo, entendemos que o compartilhamento é impulsionado, em grande secção, pela geração X. Eles estão entre os principais públicos para a compra de imóveis. Entretanto, ainda precisam ser educados sobre a sociedade imobiliária, pois é um sistema que traz modelos e conceitos novos para eles.”, explica Pinho.

O impacto da queda dos juros no setor

Ramon Azevedo, fundador e CEO da Morada.ai, startup que aportou R$ 6 milhões no início deste mês, vê a queda da taxa de juros porquê um fator positivo para o mercado. “A expectativa de redução das taxas de juros e o aumento do poder de compra impulsionam novos empreendimentos. O mercado primitivo, no qual atuamos, deve se beneficiar disso”, afirma Azevedo, que também enxerga grande potencial de inovação em áreas porquê marketing, vendas e realização de obras.

Investir em soluções para problemas reais

Leonam Goudinho, empresário, enfatiza que o foco em resolver problemas concretos é o principal motivo para investir em proptechs, independentemente do momento do mercado. “Se a startup resolve um problema real com uma solução diferenciada, vale a pena investir, mesmo que o mercado não esteja tão aquecido. Crises podem ser oportunidades para quem oferece soluções inovadoras.”

Embora o setor imobiliário seja tradicional, está em plena transformação com a digitalização de processos, o uso de lucidez sintético e novas soluções para locação de imóveis. Ainda há muito espaço para o surgimento e prolongamento de proptechs no Brasil.

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O post Mercado imobiliário aquecido: ainda vale à pena investir em proptechs? aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Cecília Ferraz