Para muitos brasileiros, o dia só começa depois de uma xícara de moca. Não é por possibilidade que o país é o maior consumidor per capita da bebida no mundo, com 6,4 kg por ano. Em segundo lugar, aparece os americanos, com consumo de 4,9 kg por ano. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Moca (ABIC). O aumento no consumo no país de 1,64% foi registrado entre novembro de 2022 e outubro de 2023, em conferência ao mesmo período dos anos anteriores. Em termos absolutos, os EUA seguem no topo da lista de maiores consumidores de moca.
Quase um ritual quotidiano, o hábito de tomar moca também tem se tornado cada vez mais generalidade fora de morada, o que favorece o surgimento de pequenos negócios e o fortalecimento da ergástulo produtiva. A exegeta de Competitividade do Sebrae Carmen Sousa avalia que o mercado de moca segue em subida, beneficiado por diversos aspectos.
“Eu diria que o setor está literalmente fervendo com o surgimento de novas cafeterias e novas marcas de moca pelo Brasil. Nós, brasileiros, somos abençoados porque temos chegada a vários perfis sensoriais de moca. São muitas regiões produtoras, com bebidas totalmente diferentes e de muita qualidade”, avalia.
Um país, vários sabores
O Sebrae atua em 42 regiões produtoras de moca em 14 estados brasileiros. Desse totalidade, 15 regiões têm registro de Indicação Geográfica (IG), que garante valorização no mercado vernáculo e internacional, porquê também preservação das tradições locais de cultivo e proteção da reputação dessas regiões.
Segundo Carmen, o mercado de cafés especiais tem atraído consumidores interessados em saber a origem do resultado e os processos de produção, em ter contato com o produtor e saber dos impactos socioambientais da cafeicultura.
Os apreciadores de moca querem saber marcas e degustar novos sabores. São pessoas que estão dispostas a remunerar mais por um moca peculiar ou cafés com certificação e premiados.
Carmen Sousa, exegeta de Competitividade do Sebrae
Ela conta que também tem desenvolvido o número de pessoas que compram o moca em grão para moer em morada. “Isso diversifica o mercado que agrega outros produtos, porquê utensílios, canecas, moedores. Os processos estão cada vez mais tecnológicos e acessíveis, inclusive já é verosímil ter um pequeno torrefador em morada”, comenta a exegeta.
Celebração ao volta do mundo
No próximo dia 1º de outubro, comemora-se o “Dia Internacional do Moca”. A data foi criada em 2015 pela Organização Internacional do Moca (OIC) com objetivo de unificar as comemorações ao volta do mundo. Neste ano, a campanha estimula a conscientização sobre a colaboração dentro do setor cafeeiro e seu potencial para inspirar ações coletivas em graduação global.
Líder mundial de produção, o Brasil representa aproximadamente 38% do mercado global nos últimos anos – mais do que os outros maiores produtores somados: Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia juntos que representam 33%. No meio de Recife (PE), a cafeteria Moca do Brejo oferece moca peculiar plantado e torrado pelos próprios proprietários. No lugar, os clientes têm a oportunidade de saborear diferentes sensoriais do moca que é cultivado pelo par no ponto mais sobranceiro do sertão do estado, no município de Triunfo.
Localizada no meio de Recife (PE), a cafeteria Moca do Brejo oferece moca peculiar plantado e torrado pelos proprietários. Foto: divulgação
“Brinco que transformamos nossos clientes em monstros do moca peculiar”, admite Karoline Fonseca, que comanda o negócio com o marido Gabriel Althoff. “Eles chegam no nosso estabelecimento querendo saber quando o moca foi torrado, qual foi a levedação, temperatura. Isso é muito gratificante.”
Karoline e seu marido, Gabriel, .a plantação de moca em Triunfo/PE. Foto: divulgação
Eles abriram a cafeteria em 2015 e, três anos depois, depois intenso período de estudos e vivência com produtores de moca de Minas Gerais, começaram a plantar moca peculiar na região. Atualmente, os dois estão construindo um novo estabelecimento na propriedade em Triunfo, que fica a 400 km de Recife. Além da cafeteria, o espaço vai oferecer cursos e visitas para quem quiser saber todo o processo de produção.
“Tivemos a oportunidade de aprender tudo com os produtores mineiros, que inclusive nos doaram as nossas primeiras mudas. Criamos uma relação de crédito e hoje também compartilhamos esse conhecimento. Nosso negócio vai além de vender moca. Queremos resgatar a cafeicultura de Pernambuco”, garante Karoline.
Com o sucesso do negócio, o par criou um clube do moca no qual oferece a oportunidade para que os clientes recebam moca com torra recente e variados sensoriais. Também lançaram um novo site e se preparam para atuar nos principais marketplaces com a venda do moca e utensílios, porquê copo térmico, moedor manual, porta filtro, entre outros acessórios.
Muito além de uma xícara de moca
No bairro de Lagoa Novidade de Natal (RN), tomar moca virou uma experiência para quem frequenta o Observatório do Moca. Sob o comando do barista, degustador e torrefador Valdick Oliveira, o espaço virou veras no final da pandemia quando ele criou uma escola para profissionalizar a mão de obra lugar e abriu uma pequena cafeteria onde o balcão é disputado por seus alunos, entre outros apaixonados pela bebida.
“A Covid me transformou em um torrefador de moca. No meu apartamento eu torrava moca e vendia por delivery. Quando a pandemia acabou, eu percebi que não podia perfurar mão desse legado”, contou.
“A Covid me transformou em um torrefador de moca”, diz Valdick Oliveira. Foto: divulgação
Valdick Oliveira e sua esposa, Elaine, aprenderam juntos sobre o moca. Foto: divulgação
O conhecimento de Valdick e sua esposa Elaine sobre moca foi desenvolvido ao longo de 8 anos quando ainda moravam em Macaé (RJ) e frequentavam fazendas de moca na região do Caparaó (ES). Perto da aposentadoria, os dois decidiram voltar para Natal em 2020.
“Eu percebi que havia uma vaga de moca de especialidade que crescia assustadoramente e, em Natal, eu sabia que não seria dissemelhante. É um mercado com potencial enorme e nós decidimos nos posicionar neste mercado com uma outra visão. Todos os meus alunos saem da escola empreendedores do moca”, diz orgulhoso.
Com o Observatório do Moca, o par desenvolveu uma marca própria que destaca o nome dos pequenos produtores de lavoura familiar, principalmente da região do Caparaó, Sul e Sudeste de Minas Gerais. Também faz questão de comprar o resultado nos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. No totalidade, Valdick mantém relacionamento com mais de 50 produtores em seu portifólio.
Nós não podemos deixar essas pessoas no anonimato nem na invisibilidade, pois são elas que estão por baixo de sol, dedicando-se por mais de um ano para produzir o moca. Essa conexão com o produtor é muito valiosa. Se não valorizarmos as pessoas, zero vai suceder.
Valdick Oliveira, empreendedor, barista, degustador e torrefador