O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou na última semana que a inteligência artificial (IA) poderá ser usada como um tipo de consultor financeiro do futuro. A declaração foi dada durante palestra na reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

  • Essa consultoria da inteligência artificial ocorreria por meio dos chamados “agregadores financeiros”.
  • Eles são apelidados de “superaplicativos”, e seriam desenvolvidos pelos bancos.
  • São programas que reúnem as informações das pessoas físicas atualmente espalhadas por vários bancos em uma única plataforma.

A expectativa do BC é que esse tipo de aplicativo esteja disponível em um ano e meio, ou seja, no fim de 2024.

Banco Central do Brasil
Imagem: Jo Galvao/Shutterstock

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A reportagem do Olhar Digital conversou com Vicente Piccoli Medeiros Braga, advogado e sócio responsável pela prática de Bancário, Meios de Pagamento e Fintechs, do FAS Advogados, que esclareceu como isso pode funcionar na prática.

Qual vai ser o diferencial dessa iniciativa?

Como qualquer iniciativa patrocinada pelo Banco Central, a legitimidade que isso traz ao movimento é única, tal como ocorreu com o Pix e o Open Finance. É uma visão para integrar na experiência dos usuários todas as faculdades que o novo ecossistema regulatório brasileiro oferece. Multiplicidade de serviços, com transparência, comparabilidade e potencial de migração facilitada entre prestadores. Contudo, o que precisa ficar claro é que não se trata de uma iniciativa a ser implementada pelo Banco Central, mas sim incentivada para que a indústria crie suas próprias versões desse ambiente. E isso será muito positivo, pois trará o melhor da criatividade de um mercado altamente concorrido e sofisticado.

Qual o impacto disso na vida do consumidor/brasileiro?

O grande vencedor será, sem dúvidas, o consumidor. Com menores custos operacionais (especialmente por conta da implementação de ferramentas de inteligência artificial) e de transação e uma oferta mais completa de serviços, a tendência é que as ofertas se diferenciem por sua qualidade, preço e compatibilidade com a realidade de cada usuário.

Isso pode ser positivo para a nossa economia?

Sem dúvida, pois obrigará a indústria a buscar economia de escala e aprimorar sua oferta de produtos e serviços. Com isso, diminuem os custos de transação, aumentam as sinergias e ganha a eficiência econômica.

Imagem: Blue Planet Studio – Shutterstock

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