Com mais de 150 anos de história, as broas de centeio de Curitiba (PR) e região receberam, nesta terça-feira (14), o registro de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Vernáculo da Propriedade Industrial (INPI). O reconhecimento na modalidade de Indicação de Proveniência é o primeiro outorgado a um resultado de panificação no Brasil. Com a publicação, passam a ser 126 IGs brasileiras reconhecidas no país, sendo 97 por Indicação de Proveniência e 29 por Denominação de Origem – além de outras 10 estrangeiras.
O registro engloba os municípios de Curitiba, Araucária, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais e Piraquara. A receita das broas acompanhou a formação e o desenvolvimento do Paraná e, mais especificamente, de Curitiba, com base nas origens dos imigrantes europeus.
Broa de centeio conquista reconhecimento pelo INPI 
“As Indicações Geográficas têm um papel de fortalecer a reputação e promover a sinceridade de novos mercados para os produtos das regiões reconhecidas, o que passa a ocorrer com as broas de centeio de Curitiba. Os pequenos negócios de panificação da região serão protagonistas na proteção desse patrimônio e na garantia da qualidade de um resultado tradicional com possibilidades de maior retorno para todos os envolvidos na sua produção e comercialização”, comentou a coordenadora de Tecnologias Portadoras de Horizonte do Sebrae, Hulda Giesbrecht. “É uma forma de ter mais valor confederado, além de promover a geração de empregos na região”, completou.
Porquê é produzido?
A broa é um pão obtido por meio da combinação de farinhas de centeio e trigo, com a soma de chuva e sal, resultado do processo de levedação e cocção, podendo ter outros ingredientes porquê açúcares, gorduras e levedo biológico. O resultado passou de um iguaria simples e hoje é um patrimônio da capital paranaense. Há registros de que ele foi oferecido a visitantes ilustres porquê o Imperador do Brasil Dom Pedro II, no século XIX, e ao Papa João Paulo II, no século pretérito.
Mesmo sendo um resultado tradicional, as broas de centeio de Curitiba passaram por transformações. Durante mais de um século e meio, as receitas e processos de produção se adaptaram à disponibilidade de farinhas, fermentos, às alterações nos processos de produção de pão, à legislação e às demandas dos consumidores.
“O resultado também ganhou, ao longo dos anos, relevância cultural e econômica, ocupando um espaço de destaque na identidade gastronômica e no imaginário coletivo da cidade, aspectos que contribuíram para a licença da IG”, destaca o expedido do INPI.
Indicações Geográficas
As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: casar valor ao resultado e proteger a região produtora.
O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua legado histórico-cultural, que é intransmissível. Essa legado abrange vários aspectos relevantes: dimensão de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da dimensão delimitada.