Com a passagem do furacão Milton em 9 de outubro de 2024, as tempestades climáticas ganharam maior atenção nas redes sociais. Sobretudo, um tema viralizou por cá, trata-se da hipótese de que a serrania dos Andes pode proteger o Brasil de furacões.
Para se ter uma noção de uma vez que tais publicações repercutiram, somente no X (idoso Twitter), um post chegou a ter 1,8 milhão de visualizações e, em outras redes, alguns vídeos chegaram a nove milhões. Todavia, o que será que dizem os especialistas sobre o tópico, será que é mito ou verdade? Entenda.
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A serrania dos Andes pode proteger o Brasil de furacões?
A resposta é não. A asseveração que a serrania dos Andes pode proteger o Brasil de furacões é somente um mito. Segundo especialistas, essa famosa enxovia montanhosa não tem zero a ver com a falta de furacões no país.
De convenção com essa fake news, os furacões se formariam na costa do Chile, atravessando a Argentina, o Paraguai e chegando cá no Brasil pelo Mato Grosso do Sul, o que seria equivalente a 4 milénio km percorridos. Todavia, isso seria praticamente improvável já que o Chile não costuma receber furacões.
Temperatura inapropriada para furacões
Por fim de contas, com as águas frias do Pacífico Sul, que ficam nas costas chilenas seria impossível a formação de tempestades tropicais, que precisa de águas quentes supra de 27 ºC. Na serrania essas águas costumam estar inferior de 20 ºC.
Em outras palavras, os ciclones tropicais não se formam na costa do Oceano Pacífico da América do Sul por conta das águas serem geladas. Dessa forma, a Serrania dos Andes não protege o Brasil de furacões por não subsistir furacões naquela região.
Ou por outra, de convenção com o professor de meteorologia Ricardo de Camargo, do IAG da USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo) à revista Planeta, há outra razão para essa “barreira procedente” não ter impacto sobre possíveis furacões no Brasil. Segundo Ricardo, os ciclones tropicais que poderiam atingir o País viriam do Atlântico e não do Pacífico.
Ou seja, embora a Serrania dos Andes seja uma enxovia de montanhas que se estende ao longo da costa oeste da América do Sul, com seus imponentes 8 milénio km de uma ponta a outra e quase 7 milénio metros de fundura, a região não pode proteger o país de furacões.
O professor Ricardo ainda aponta outro fator importante que seria uma particularidade da atmosfera ao sul do Equador que não favorece o surgimento de furacões: o cisalhamento. Por fim, esse cisalhamento, que se assemelha a um atrito que não é direto entre as duas camadas de vento e as correntes divergentes, não deixam fatores propícios para a formação de um tufão tropical.
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