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Máquinas decidindo nosso porvir: a ironia da IA no recrutamento
*Por Paulo Lázari
A tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas, e no setor de recrutamento isso não é exceção. O uso de perceptibilidade sintético (IA) para aprimorar o processo de seleção de candidatos tem sido uma tendência crescente, mas também tem gerado debates e questionamentos sobre a possibilidade de prejudicar a experiência dos candidatos.
Segundo um estudo da plataforma Capterra, do grupo Gartner, 70% dos trabalhadores de pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras, que utilizam IA no setor de recursos humanos, estão preocupados com essa tecnologia. Isso porque, 20% das PME ‘s já usam IA para embasar demissões. De mais de 1 milénio entrevistados, 63% discutiram suas inquietações com seus gerentes, enquanto 33% planejam fazê-lo.
Um dos principais mitos que contribuem para esse siso geral sobre o uso de IA no recrutamento é a teoria de que ela faz triagens automáticas e elimina candidatos sem mediação humana. Muitas plataformas de recrutamento que utilizam o recurso aprimoram a experiência de todos os envolvidos, oferecendo benefícios tanto para os candidatos quanto para os recrutadores.
Por exemplo, a IA pode ajudar candidatos a participar de treinamentos para entrevistas, simulando discussões e fornecendo feedback personalizado. Isso é valioso para profissionais em transição de curso ou se preparando para processos seletivos complexos, tornando-os mais confiantes e preparados. Recrutadores também se beneficiam ao acessar candidatos mais alinhados com as necessidades da vaga.
Outra vantagem é a capacidade de reduzir vieses inconscientes. Algoritmos de IA analisam currículos e respostas com base em critérios objetivos, minimizando a influência de preconceitos e estereótipos. Isso é uma vantagem para os candidatos, garantindo avaliações imparciais, e contribui para a construção de equipes mais diversas e inclusivas.
Porém, é fundamental que as empresas garantam a conformidade com as regulamentações de proteção de dados, tratando as informações dos usuários com confidencialidade e reverência. Os algoritmos de IA devem ser transparentes e auditáveis, permitindo que os candidatos compreendam uma vez que foram avaliados e possam contraditar decisões injustas ou imprecisas.
Há também o risco de substituir completamente a interação humana no processo de recrutamento. Porém, embora a IA possa otimizar algumas etapas, uma vez que a triagem inicial de currículos, é crucial manter o contato humano em momentos-chave. Em entrevistas finais, a empatia e a capacidade de determinar habilidades interpessoais são aspectos que não podem ser totalmente replicados por algoritmos.
A IA no recrutamento pode trazer inúmeros benefícios, desde que implementada de maneira moral, transparente e complementar à interação humana. As empresas devem adotar práticas responsáveis, que sejam coerentes com a privacidade e pundonor dos candidatos em todas as etapas.
Paulo Lázari é técnico em Recursos Humanos, CEO e cofundador da Recrutei.
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