Mesmo que duas pessoas tenham alterações cerebrais semelhantes, uma pode ser diagnosticada com demência enquanto a outra não, dependendo da região onde vivem. É o que diz um novo estudo.
Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram que a chance de uma pessoa ter a doença detectada pode variar bastante dependendo do lugar onde mora. Essa verosimilhança chega a ser duas vezes maior em alguns estados americanos.
A investigação usou 4,8 milhões de solicitações do Medicare referentes a 2018 e 2019 para mapear diagnósticos recentes de demência em regiões de referência hospitalar nos Estados Unidos e chegar a essa epílogo. Os resultados foram publicados na revista Alzheimer’s and Dementia.
Taxa de diagnósticos de demência varia conforme o lugar de residência
- Pesquisadores usaram modelos estatísticos para prever quantos casos de demência e doenças relacionadas deveriam ocorrer em diferentes regiões dos EUA.
- Eles encontraram grandes diferenças no número de pessoas diagnosticadas em todo o país, justificadas por idade, sexo, raça e outros fatores.
- Entre os mais velhos, a chance de diagnóstico era maior. Para pessoas entre 66 e 74 anos, a taxa é de 2 em cada 100. A partir dos 85 anos, sobe para 23 em cada 100.
- Populações brancas têm uma taxa de diagnóstico de 6,6%, enquanto populações negras apresentam uma taxa maior, de 9%, nas regiões analisadas.
- Ao confrontar os números esperados com os diagnósticos reais, o estudo revelou um planta dos Estados Unidos que mostra grandes variações regionais.
- Em algumas áreas, uma vez que Minot North, em Dakota do Setentrião, o número de casos diagnosticados foi 30% menor do que o esperado. Já em Wichita Falls, no Texas, houve 50% mais diagnósticos do que o previsto.
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Porquê a diferença de diagnósticos pode ser explicada?
Para se chegar ao diagnóstico de demência, é preciso considerar certos parâmetros da comunidade médica. Ou seja, independentemente da clínica ou hospital, a forma de detectar a doença precisa seguir um padrão. Apesar disso, outros fatores humanos podem influenciar a identificação da quesito.
Peculiaridades na burocracia regional, interpretações individuais de regras e regulamentos, decisões orçamentárias, crenças médicas, medidas de controle de qualidade e demandas de pacientes. Tudo isso pode ter qualquer impacto no diagnóstico final.
Leste estudo acende um alerta sobre os sistemas de saúde. Uma parcela significativa da população pode não estar recebendo o diagnóstico favorável e, consequentemente, não ter entrada ao tratamento. Para os pacientes, a mensagem é que, às vezes, mudar para um lugar onde as condições médicas são mais propícias e adequadas é a melhor opção para a saúde.
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