O câncer é uma das piores doenças que podem acometer o ser humano – Se não for a pior. Entre suas variantes mais mortais está o glioblastoma, conhecido como câncer no cérebro. Ele é muito agressivo e possui poucas opções de tratamento. Mas isso pode estar prestes a mudar.

Isso porque um pequeno ensaio clínico realizado em humanos mostrou que uma vacina de mRNA foi capaz de mobilizar rapidamente o sistema imunológico para combate aos tumores, trazendo resultados que dão esperanças.

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O glioblastoma é a forma mais comum de câncer cerebral, com o tratamento mais comum hoje em dia envolvendo cirurgia para remoção do tumor, radioterapia e quimioterapia, mas ela costuma voltar quase sempre.

Após o diagnóstico, os pacientes vivem apenas um ano, sendo que somente cerca de 5% resiste a mais de cinco anos.

Vacina de mRNA para combater tipo de câncer cerebral

O New Atlas traz que o estudo dessa vacina de mRNA vem de pesquisadores da Universidade da Flórida (EUA), publicado na Cell, e lembra que a tecnologia é mais conhecida por sua eficácia em imunizantes contra a Covid-19.

No caso do glioblastoma, quando testada em ratos, cães e, agora, em humanos, ela demonstrou ser capaz de alertar, com rapidez, o sistema imunológico para a atacar este tipo de câncer cerebral mais eficazmente.

  • Moléculas de mRNA são, em suma, projetos naturais, que informam às células quais proteínas devem ser produzidas;
  • Quando projetadas para produzirem versões inofensivas de proteínas com associação a patógenos, o sistema imunológico pode aprender a combater a verdadeira ameaça, no caso de ela surgir;
  • Com o sucesso real deste tipo de tratamento na pandemia de Covid-19, foram inúmeras as tentativas de sua adaptação para combate ao câncer;
  • Porém, a equipe do estudo atual ressalta que ele possui dois avanços importantes:
    • A vacina é personalizada com base em amostras retiradas de células tumorais do próprio paciente;
    • O mecanismo de entrega é mais complexo, produzindo assim reação imunológica mais forte.

Em vez de injetarmos partículas únicas, estamos injetando aglomerados de partículas que se envolvem umas nas outras como cebolas, como um saco cheio de cebolas.

Em menos de 48 horas, pudemos ver esses tumores mudando do que chamamos de ‘frio’ – resfriado imunológico, muito poucas células imunológicas, resposta imunológica muito silenciada – para resposta imunológica ‘quente’ e muito ativa, dada a rapidez com que isso aconteceu, e o que isso nos disse é que fomos capazes de ativar a parte inicial do sistema imunológico muito rapidamente contra esses tipos de câncer. Isso é fundamental para desbloquear os efeitos posteriores da resposta imunológica.

Elias Sayour, autor sênior do estudo

O pequeno ensaio clínico, aprovado pela FDA (espécie de Anvisa dos EUA), foi realizado para testes de segurança e viabilidade a partir de análises de quatro pacientes acometidos por glioblastoma.

Então, o RNA foi extraído do tumor de cada paciente após terem sido removidos cirurgicamente. A seguir, o mRNA foi amplificado e devolvido aos aglomerados de partículas, sendo, então, injetado nos pacientes, desencadeando a reposta do positiva do sistema imunológico.

Contudo, os pesquisadores disseram ser cedo para avaliar com precisão os efeitos clínicos da descoberta. Fato é que a doença demorou mais tempo para se manifestar novamente nos voluntários, além de sobreviverem mais tempo que a média esperada.

A próxima etapa será um ensaio expandido da Fase 1, podendo ter até 24 pacientes, de forma a determinar a dose ideal e segura para humanos, Já a Fase 2 deve contar, como pacientes, 25 crianças.

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