Artesão Alexandre Paulemy usa materiais da floresta na fabricação de instrumentos musicais. Foto: Divulgação.
O artesão e percussionista paraense Alexandre Paulemy, residente no município de Oeiras, no Pará, tem se realçado por sua abordagem inovadora e sustentável na fabricação de instrumentos musicais. Com uma trajetória marcada pela pesquisa e a procura uniforme por novas inspirações, ele transforma a matéria-prima sítio em obras únicas que refletem a cultura amazônica. “Utilizo materiais reaproveitados vindos da floresta, porquê madeira, bambu, ouriço de castanha e sementes”, conta.
“Ser artesão é uma experiência fantástica, pois permite pesquisar, inovar e produzir características próprias”, afirma. Com um design reconhecido e cores que se tornaram sua assinatura, ele lança coleções periodicamente, porquê a recente “Coleção no Queima”. Outrossim, suas peças trazem traços marajoaras e afro-amazônicos. Entre suas inovações, destaca-se o tambor de língua feito de bambu, uma selecção sustentável aos modelos industrializados.
“O bambu é uma matéria-prima reutilizável que encontramos em riqueza. Ele nos permite produzir sons autênticos e naturais”, explica. Outrossim, ele desenvolveu um agogô com três tons, superando os tradicionais de dois tons, e o macaquinho, que é um tipo de instrumento que imita o som do macaco. Ele detalha que todo agogô proveniente tem somente dois tons, um grave e um agudo. “Com a nossa pesquisa, conseguimos desenvolver esse de três tons, com um grave, outro médio e, por término, agudo.”
A inspiração do artesão vem diretamente da natureza. “Quando estou na mata, meus sentidos se aguçam. O som de um pássaro pode gerar uma novidade geração, porquê o assobio da mata, que imita os cantos que escuto”, relata. Essa conexão com o envolvente é fundamental para a sua prática artística e educacional, já que ele também ministra aulas, integrando a percussão em suas atividades.
Também sou rabino de capoeira, portanto a música está sempre comigo. Com meus alunos, a gente junta berimbau com o curimbó, a agogô, o ganzá e a flauta. A gente cria as nossas produções e deixa intercorrer.
Alexandre Paulemy, artesão e percussionista
Segundo Paulemy, as iniciativas do Sebrae têm sido cruciais para o desenvolvimento de seu trabalho. Um dos cursos mais impactantes cursados por ele era voltado para o controle financeiro e gestão de negócios, em que ele aprendeu a monitorar entradas e saídas, calcular custos e definir margens de lucro. “Foi muito interessante”, enfatiza. “Agora, tenho a noção de quanto custa de roupa cada instrumento. Quanto sai para mim e qual a minha margem de lucro na venda.”
Multiplicação do saber e da arte brasileira
O artesão acredita firmemente na prestígio de compartilhar seu conhecimento. “Não podemos deixar que as tradições se percam. Estou sempre em procura de novos talentos e ministro cursos em escolas, incentivando jovens a aprenderem sobre a arte da percussão”, frisa. Ele observa que, embora existam vários talentos locais, muitos não demonstram interesse em continuar essas tradições.
Para evitar que técnicas valiosas se percam, Alexandre realiza um “caça-talentos”, oferecendo estágios para alunos que se destacam em suas aulas. “Esses jovens se tornam colaboradores e aprendem na prática”, diz. Ele menciona um fenômeno que observa em sua comunidade:
Há uma senhora que é capaz de fazer qualquer coisa na dimensão de cestaria, que ela aprendeu com a avó, que aprendeu com a mãe. Mas, infelizmente, ninguém quer aprender com ela. Isso pode levar uma arte única porquê a dela a se perder. Estamos lutando para que isso não aconteça.
Alexandre Paulemy, artesão e percussionista
Com a aproximação da Feira do Artesanato do Vela (FAC), em Belém, ele planeja expandir sua equipe para atender à demanda. “Atualmente, história com três pessoas trabalhando ao meu lado, mas quero expandir para cinco a oito colaboradores.” A feira é uma das principais vitrines da arte da região e Alexandre enfrenta 12 horas de paquete de onde vive até a capital para apresentar seus produtos a um público maior. De concórdia com ele, o Sebrae também desempenha um papel fundamental para a valorização e multiplicação da arte sítio, porquê iniciativas fora do estado.
“Para você ter uma teoria, fui a Brasília, pelo Sebrae, para participar da Feira Vernáculo de Turismo, apresentando nosso trabalho que valoriza os elementos naturais da nossa terreno, porquê a maraca feita de cuia, o agogô feito de ouriço da castanha do Pará e o curimbó, um instrumento tradicional da nossa musicalidade, espargido internacionalmente porquê carimbó”, enumera. “Através do Sebrae, consegui levar o nome do nosso estado e de nossa cultura para o mundo. Isso foi fantástico.” “Posso declarar com certeza que tenho instrumentos espalhados por várias partes do mundo: Macedônia, Finlândia e Itália”, comemora.
A maraca feita de cuia é um dos instrumentos produzidos pelo artesão. Foto: Divulgação.
Loja de vivências
O artesão sonha em transfixar uma loja que funcione porquê um espaço de vivência, onde as pessoas possam testar instrumentos e aprender sobre a cultura amazônica. Ele acredita que as vendas surgirão naturalmente a partir das experiências oferecidas. Para concretizar esse projeto, está explorando diversas possibilidades. O Sebrae é visto por ele porquê um parceiro fundamental nessa jornada, oferecendo suporte tanto na franqueza quanto na perenidade das atividades em seguida a inauguração.