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A vulnerabilidade conecta: transformando o desconforto do networking em oportunidade 

*Por Laís Macedo

Na minha trajetória profissional, acumulei alguns milhares de eventos corporativos, tanto os realizados por mim mesma, porquê aqueles que frequento ao palestrar ou fazer segmento de outras comunidades e ecossistemas. É vestimenta que chegamos em um script intangível, mas muito definido de networking. Buscamos uma face conhecida, respiramos aliviados, contamos indiretamente com ela porquê nosso lugar de espeque para novas conexões. Naquele envolvente novo, o desconforto nos coloca no duelo de abordar alguém que nos dê qualquer sinal de boas-vindas ao diálogo. 

O objetivo de todos os eventos é networking. Mesmo que o teor seja a intenção principal de um encontro, há sempre qualquer momento ou dinâmica dedicada às interações humanas. Ainda muito. Evento é sempre um fado poderoso de networking. E apesar da minha facilidade de informação, atrelada ao vestimenta de eventos serem alguma coisa tão presente na minha vida, reconheço que o networking nem sempre é confortável, talvez também pela formalidade intrínseca do envolvente empresarial. 

E, por isso, tento quebrar essa sina nos projetos que lidero. O networking de CNPJ não é humano. A tarifa é frágil e ilusoriamente positiva; é um lugar onde está todo mundo muito e seus negócios melhores ainda. Irreal. É na conexão de CPFs que as conexões realmente acontecem.

Quando falamos de CPF, falamos de pessoas. Nem todo dia é um bom dia, nem sempre estamos animados e confiantes. O sorriso largo que anuncia a vida de resultados e as metas continuamente batidas não é uma regular. E é realmente na entrega a esse networking humano que nossas redes de relacionamento podem ser verdadeiramente construídas. 

Recentemente, realizamos um evento que consagrou essa minha permanente procura pela conexão de pessoas. Levei 26 lideranças para uma missão empresarial em Andradas, no Sul de Minas Gerais, uma cidade que suplente um potente ecossistema de negócios, ainda pouco explorado. Nas vias normais, teríamos uma agenda de visitas a negócios locais e interações formais entre os participantes da viagem. A fala superficial do CNPJ, mirando exclusivamente negócios, nos leva, inclusive, para um lugar tão restrito do imenso potencial do networking: o contexto binário da avaliação do potencial do contato entre simbolizar ou não uma oportunidade de negócios. 

Quebramos essa sina. Tivemos sim uma agenda com empreendedores e negócios locais e visitas empresariais, mas fomos além. Não tivemos coffee break e nem um momento formal para que os participantes se conectassem. Pelo contrário, criamos um envolvente regular de interações. Porquê? Humanizamos. Na programação, levamos as pessoas para um rapel na cascata, uma reflexão entre as árvores, degustações de vinho e um piquenique no pôr do sol. Nós não exclusivamente humanizamos porquê vulnerabilizamos nosso envolvente. 

A vulnerabilidade é poderosa. Ela é gentil, acolhe, conecta. Ela é porta de ingresso para relações reais. É naquele momento de pavor real e explícito na descida do rapel que temos alguém vulnerável e exposto e, ao lado, uma pessoa que conheceu há pouco, mas que verdadeiramente promove espeque e torcida para a desenlace daquela descida. Risadas, aplausos, abraços. Pessoas ali presentes. Pessoas. 

O mesmo se consagra no momento ligeiro e jocoso da degustação de vinhos, que soma o generoso lubrificante social que um pequeno texto alcoólico representa, somado ao vestimenta de ser hobby de uns e curiosidade de outros. E ali se compartilham não exclusivamente o momento, mas lembranças e experiências. Pessoas expondo suas vidas e histórias de uma forma ligeiro, íntima e vulnerável. Mais progresso rumo a relações reais. As outras atividades seguem o tom, até que a natureza nos ofereceu um pôr do sol magnífico, que consagrou esse momento de vulnerabilidade. Por razões distintas, muitos foram tomados por emoções. Muitas lágrimas de gratidão aconteceram naquele momento. Olhar para o lado e ver alguém, que eu só conhecia até logo de uma sala de reunião ou de um formal evento corporativo, expondo com toda verdade e vulnerabilidade seu coração, foi muito poderoso. Abraços espontâneos, sorrisos, histórias pessoais e íntimas contadas. 

São nesses momentos que tenho certeza de que, se desejamos ter uma rede de networking real, precisamos humanizar nossas relações. E para que isso aconteça, precisamos promover espaços para que seres humanos estejam presentes e expostos, na dor e na alegria de serem o que são, sem que exista qualquer julgamento de que um pavor ou uma lágrima repercuta porquê alguma fraqueza. Pelo contrário, esses são momentos de força. É aí que percebemos que a vulnerabilidade é a grandeza do ser.

*Laís Macedo, empresária e Presidente do Future is Now

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