Alguns cálculos a respeito da órbita terrestre feitos até hoje podem estar incorretos, por interferência das estrelas vizinhas. Esses cálculos orbitais são importantes, já que a órbita da Terra está relacionada à muitas mudanças climáticas, e estudá-las é uma forma de entender a história da vida no nosso planeta.
Sendo assim, é possível afirmar que muito do que se sabe a respeito da história da formação e da vida na Terra pode ter sido influenciado pela presença dessas estrelas visitantes, que impactaram diretamente na órbita do planeta.
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Conheça abaixo um pouco mais sobre a órbita da terra, e quais os efeitos que corpos como as estrelas podem causar quando estão próximas ao nosso planeta, afetando diretamente importantes cálculos matemáticos.
O que podemos descobrir através da órbita da Terra?
Grande parte da história do nosso planeta pode ser descoberto quando associamos o clima das eras geológicas aos grandes eventos da humanidade. Um bom exemplo disso é o período conhecido como Younger Dryas, onde evidências mostraram que as temperaturas médias caíram de agressivamente, o que foi causado pelo impacto de um corpo como cometa ou asteroide.
Esse evento aconteceu há 12.800 anos, e foi considerado isolado, já que afetou apenas a América do Norte. Contudo, foram feitas pesquisas recentes no Chile e África do Sul, sugerindo que pode ter sido um evento global, provocando incêndios florestais que bloquearam a luz do sol com fumaça, ocasionando em um grande inverno.
Outros estudos com cálculos orbitais da Terra mostram que o Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno aconteceu porque a órbita do planeta era bem mais excêntrica naquela época, sendo em formato oval em vez de circular. Isso fazia com que nosso mundo estivesse mais próximo do Sol durante o seu periélio, que é o ponto orbital de maior aproximação.
Porém, os paleoclimatologistas, que são os pesquisadores que estudam variações climáticas ao longo da história, podem estar desconfiados com uma nova pesquisa, que mostra que os cálculos da órbita terrestre de antigamente podem ter alguns equívocos.
Determinar o local que a Terrra estava em relação ao Sol há 100 ou 100 milhões de anos não é tão difícil, em teoria. Com o cálculo da órbita de um planeta em torno da sua estrela, pode-se descobrir como essa órbita estava em qualquer momento do passado, além de conseguir prever como ela vai estar no futuro, levando em conta a influência de outros planetas, cometas e asteroides, em volta da mesma estrela.
Entretanto, o nosso Sistema Solar está localizado em um braço espiral da Via Láctea, que é uma galáxia de aproximadamente 105 mil anos-luz de diâmetro. Como tudo na galáxia está sempre em movimento, girando em torno do núcleo galáctico, as estrelas não conseguem manter a mesma distância uma das outras.
Quais os efeitos na órbita terrestre?
Normalmente, há muitos objetos em torno de um sistema orbital, o que pode fazer com que a matemática se torne muito completa para seres humanos, fazendo com que seja necessário a ajuda de supercomputadores para realizar cálculos mais complexos.
Uma dupla de cientistas mostrou, em um artigo publicado na The Astronomical Journal Letters, que algumas estrelas podem ter se aproximado muito mais do Sistema Solar no passado, e hoje estão bem distantes de nós. A estrela HD 7977, que está hoje a 250 anos-luz de distância da Terra, já esteve a apenas meio ano-luz do Sol, há 2,8 milhões de anos, por exemplo.
Isso sugere que a HD 7977, que é muito semelhante ao Sol, pode ter afetado a população de objetos na Nuvem de Oort, inclusive os cometas de longo período. Além disso, há a incerteza da aproximação da estrela conosco, que pode ter chegado muito mais perto do que imaginamos.
Já é bastante difícil ter medidas precisas da órbita da Terra em outras eras, quando são adicionadas aos cálculos computacionais as influências de outras estrelas; e isso se torna ainda mais complicado quando o objetivo é ter as órbitas de dezenas de milhões de anos atrás.
Os estudos paleoclimáticos podem ser totalmente afetados por essas incertezas orbitais, e a estimativa é que uma estrela pode se aproximar ainda mais do que a HD 7977 do nosso planeta, em intervalos de, aproximadamente, 20 milhões de anos.
Felizmente, os intervalos são muito longos para chegar a impactar a vida humana na Terra. Porém, um novo estudo sugere que para cada 20 ou 40 milhões de anos no passado, os especialistas da área terão que adicionar os detalhes de influências orbitais de escalas estelares.
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