Por Rafael Gordo, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Iteris
Atualmente, o mercado financeiro atravessa um período de metamorfose sem precedentes, impulsionado pelas inovações regulatórias e tecnológicas promovidas pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Iniciativas como Open Finance, PIX e DREX estão moldando uma nova era no setor, levando-o em direção ao que especialistas chamam de “Banco do Futuro”.
Essas transformações estão redesenhando a forma como as instituições financeiras operam e como os consumidores interagem com os serviços bancários. No entanto, este é apenas o começo de uma jornada contínua de mudança, pois o ritmo acelerado da inovação e a evolução das demandas do mercado garantem que a transformação financeira está longe de chegar ao seu ápice.
De acordo com estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), realizado em 2022 em parceria com a Finnovista e o BID Invest, o Brasil abriga 31% de todas as fintechs da América Latina. Além disso, o país é líder na região, com 869 delas mapeadas, sendo 623 delas de origem local. Esses números expressivos demonstram o potencial do país nesse setor e também destacam a necessidade urgente de reavaliar estratégias e repensar abordagens para continuar avançando.
Leia mais
- Pix terá função de cartão de crédito e interação com Drex
- O que é e para que serve Drex, moeda digital brasileira
- Drex: moeda digital é uma criptomoeda?
- Entrevista: quais são os próximos passos para o Drex?
O desafio para as fintechs hoje vai além de simplesmente oferecer produtos financeiros “de prateleira”. Elas precisam focar em fornecer produtos e serviços personalizados, que sejam relevantes ao momento de vida do cliente, lhe agreguem valor e vantagens financeiras; simplificar ao máximo a vida financeira do seu cliente, levando praticidade e resolvendo problemas do dia-a-dia com agilidade; proporcionar uma experiência omnicanal de excelência ao cliente, canais de comunicação, interfaces e atendimento de qualidade, sem fricção.
Em um ambiente competitivo como esse, a inovação se torna essencial para a sobrevivência. Acompanhar de perto as tendências digitais, investir em tecnologia de ponta e manter-se atualizado com as demandas dos consumidores são imperativos para o sucesso a longo prazo. As fintechs que conseguirem antecipar as necessidades do mercado e oferecer soluções inovadoras terão uma vantagem competitiva significativa.
No entanto, a segurança e privacidade dos dados dos clientes também são aspectos fundamentais a serem consideradas, vivemos em um mundo totalmente digital sob cyberataques constantes e fraudes cada vez mais sofisticadas. As fintechs que conseguirem oferecer os mais altos padrões de segurança e privacidade sairão na frente e conseguirão sobreviver diante de todos os desafios.
Como se não fosse o suficiente, a sustentabilidade financeira é imprescindível, e esse foi, na minha opinião, o “calcanhar de aquiles” do boom das fintechs. A inovação deve ser equilibrada com a lucratividade e as fintechs precisam encontrar maneiras eficientes de monetizar seus serviços e operacionalizar seu negócio a custos viáveis, garantindo que possam continuar gerando valor aos stakeholdesno longo prazo. Isso pode incluir a diversificação de portfólios e parcerias estratégicas.
Por fim, o futuro das fintechs no Brasil é repleto de desafios e de oportunidades promissoras. Aquelas que conseguirem se adaptar às demandas do mercado, diante de estratégias que atendam de maneira contínua seus consumidores, vão seguir seu caminho e prosperar.
Digo ainda mais: a festa das fintechs não acabou, pelo contrário, está evoluindo de maneira mais inovadora e resiliente.
O post O desafio das fintechs em encontrarem seu lugar no mercado financeiro apareceu primeiro em Olhar Digital.