Ariane Pita é arquiteta de formação e apaixonada por atividades manuais desde sempre. Na puerícia, cresceu observando sua mãe, Arivânia, dedicar-se ao bordado ponto-cruz uma vez que hobby.  Na estação, o potente desse tipo de bordado era a emprego em toalhas, panos de prato e outros itens domésticos. Depois de formada, Ariane fundou o Beliê, localizado na Barra de São Miguel, região metropolitana sobre 35 quilômetros de Maceió, em Alagoas.
“Minha mãe aprendeu a bordar com revistas, que na estação eram vendidas em bancas. Elas tinham uma seção de artes manuais, que ensinavam o passo a passo e traziam os gráficos de bordar”, conta Ariane. “Ela bordava o que gostava e usava as peças para presentear. As crianças da família sempre tinham uma toalhinha de chupeta bordada em ponto-cruz com o nome”.
Ao se formar em arquitetura no ano de 2015, a alagoana começou a refletir sobre uma vez que poderia unir sua formação à paixão pelo bordado em um projeto mais vasto. Em 2017, ela decidiu dar o primeiro passo e fundar o Bordaliê, que depois passaria a se invocar Beliê, que combina as iniciais de bordado e ateliê, refletindo a origem do trabalho que ela e a mãe realizam.
Com a cobiça de reinventar a prática do bordado ponto-cruz, Ariane começou a pesquisar em quais outras superfícies e produtos ele poderia ser aplicado. Ela descobriu artistas de fora do Brasil que usavam a técnica em materiais uma vez que madeira e acrílico. A partir de logo, a empreendedora começou a refletir e estudar uma vez que fazer isso também, trazendo para a sua veras.
Não tinha equipamentos e nem domínio com impressora a laser. Conforme fui estudando e buscando por ferramentas, as possibilidades foram crescendo. Quando tive entrada à máquina de golpe a laser pelo Sebrae Lab, fiz testes com o bordado em peças de acrílico.
Ariane Pita, empreendedora
Durante esse processo de invenção de materiais, Ariane fez também oficina de cerâmica em Maceió. Esse siso de questionamento passou a ser uma das essências do Beliê: “Onde mais pode ter ponto-cruz? Essa pergunta virou uma permanente norteadora do nosso trabalho”, revela.
Ariane Pita pesquisou novos materiais para produzir peças em ponto-cruz. Foto: Registro pessoal.
Aproximação, conexão e capacitação
Em determinado momento, Ariane percebeu que precisaria de direcionamento. “A gente tinha o conhecimento sobre o bordado ponto-cruz, mas despertamos para o roupa da urgência de gestão. Não tinha equipe para cuidar da secção financeira, mercantil”, explica. “Logo, além da secção de originalidade, o contato com clientes e gestão acabou ficando comigo, enquanto minha mãe produzia os bordados.”
Com o esteio do Sebrae, a empreendedora começou a entender a influência da gestão e do marketing para o propagação do Beliê. Participou de feiras, cursos e capacitações que a ajudaram a desenvolver habilidades administrativas e financeiras. Começou a se envolver também com o Programa de Artesanato Brasiliano (PAB), fez carteirinha de artesã e, aos poucos, passou a conviver mais no meio.
Uma das experiências mais marcantes, de consonância com Ariane, foi a participação na primeira iniciativa pátrio. Na Feira do Empreendedor, realizada em Belo Horizonte (MG), teve a oportunidade de apresentar seu trabalho e, mais importante, de se conectar com outros empreendedores e especialistas. Foi lá que ela se aproximou ainda mais do Sebrae e passou a racontar com assessoria para o ateliê.
Passamos por um diagnóstico para que o Sebrae pudesse entender quais eram nossos produtos, quais outros seriam mais atrativos, quais eram as nossas demandas e uma vez que poderia nos ajudar. Recebemos também muitas sugestões do que poderia ser interessante reunir de outros artesãos que recebem orientação do Sebrae.
Ariane Pita, empreendedora
A marca passou também por um reposicionamento. “No início, entre os materiais que usávamos, estavam metais não nobres, uma vez que liga metálica. Com a consultoria do Sebrae, começamos a pensar na extração de matérias-primas locais. Aí surgiu a teoria do uso da tibaca (secção do coqueiro que fica no basta com as sementes).”
Ponto-cruz produzido no estúdio da Beliê. Foto: Registro pessoal.
Renascimento do Beliê
De 2017 para cá, o ateliê de Ariane e Arivânia Pita passou por diferentes momentos de descobertas e transformações até chegar no posicionamento atual do Beliê. A marca ganhou cores e uma identidade visual novidade, desenvolvida em parceria com o Sebrae. O bordado ponto-cruz continua sendo a base de toda geração, respeitando a tradição e ancestralidade que ele carrega, enquanto o processo de inovação está na geração de gráficos do ponto-cruz em um programa e na modelagem da impressora 3D, além de ser facilmente observado em cada material que recebe a emprego do bordado.
Usamos principalmente madeira, cerâmica e tibaca, além de tecidos de algodão, etamine e linho. Além de presentes e produções personalizadas, entramos também na dimensão de tendência, acessórios e biojoias, uma vez que brincos, colares e pulseiras.
Ariane Pita, empreendedora
Outra novidade é a participação em eventos relacionados à tendência. Em 2023 e  2024, Ariane participou uma vez que estilista do “Renda-se”, em que apresentou coleções inéditas. A empreendedora foi selecionada nos editais da Lei Paulo Gustavo da Prefeitura da Barra de São Miguel e do Estado de Alagoas, que resultaram na produção do evento “Artes da Barra: a Natureza e a Tendência em Fios de Algodão”, patrocinado pelo Sebrae. Durante a iniciativa, foi realizada a exibição do fashion filme “Por entre as Águas” e o lançamento da coleção Águas da Barra, que celebrou o bordado ponto-cruz e o talento lugar.
Multiplicação da técnica
“Estamos em uma tempo de multiplicação. Nosso objetivo é expandir nosso alcance e, para isso, precisamos de mais pessoas que compreendam o bordado ponto-cruz da maneira uma vez que o enxergamos, repleto de possibilidades”, afirma Ariane. Com o incentivo da Lei Paulo Gustavo e do Sebrae, a artesã realizou oficinas na comunidade de Palatéia, localizada na Barra de São Miguel. Essa dimensão de preservação apresenta um apelo ambiental significativo, com cultivo de ostras, além de ser rica em mariscos, uma vez que sururus e maçunim.
“Encontramos um espaço cultural na comunidade e decidimos que era o lugar perfeito para nossas oficinas de bordado. Essa iniciativa se alinha perfeitamente com a nossa tempo de projetos, pois oferece contrapartida valiosa e contribui para o desenvolvimento lugar”, avalia a empreendedora.
De consonância com a empreendedora, as oficinas de Palatéia foram unicamente o início e a intenção é realizá-las também em Barra de São Miguel. Para isso, está em procura de parceiros que possam viabilizar a teoria. “Queremos que mais pessoas tenham contato com o bordado ponta cruz e encontrem uma conexão com ele de uma maneira única e significativa, uma vez que eu e minha mãe temos a nossa.”