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O “Brazilian way” de empreender: cultura empreendedora no Brasil vs Estados Unidos
* Por Pedro Carneiro
Minha experiência trabalhando em um VC americano esse ano, uma vez que secção do YLAI, um programa de intercâmbio de empreendedores do governo americano, me fez perceber com nitidez as diferenças entre os perfis de empreendedores brasileiros e americanos. São mudanças significativas e têm profundas implicações para o desenvolvimento de novas tecnologias, e impactam bastante a forma uma vez que o ecossistema de inovação evolui em cada um desses países.
Nos Estados Unidos, vi uma tradição enraizada no desenvolvimento de tecnologia e emprego de novas soluções. Finalmente, foi lá que surgiram inovações uma vez que a internet, a lucidez sintético (IA) e o smartphone. Essa história de sucessos cria um envolvente favorável para a inovação, trazendo um volume maior de investimento e pessoas dedicadas à geração de tecnologias disruptivas e de base, uma vez que IA pura ou engenharia genética avançada. A concentração desses talentos nos EUA atrai mentes brilhantes de todo o mundo, o que cria um ciclo virtuoso de inovação e impulsionamento.
Por outro lado, o volume de investimento e concentração de talentos necessários para repuxar as fronteiras da tecnologia faz com que outros mercados, uma vez que o brasílio, tenham dificuldade em competir nesse mesmo nível. O que vemos cá são iniciativas que muitas vezes se concentram em adequar ou impor tecnologias já existentes, em vez de desenvolver inovações do zero. Isso não é uma sátira, mas uma constatação das diferenças de envolvente e oportunidade. A nossa vocação, uma vez que mercado emergente, está na emprego de soluções na nossa base de consumidores ávidos por novidades, com potencial de incremento rápido.
Outro ponto que distingue os empreendedores americanos dos brasileiros é a relação com o fracasso. Nos Estados Unidos, o fracasso é visto quase uma vez que um rito de passagem. Os empreendedores falham com mais frequência e de maneira muito mais rápida. Isso pode parecer, à primeira vista, um indicador negativo, mas na verdade é um motor de inovação.
A falência rápida permite que os empreendedores aprendam, pivotem e comecem um pouco novo com maior destreza. É geral encontrar empreendedores que, em dez anos, fundaram três ou quatro negócios que falharam antes de finalmente criarem um unicórnio. Esse ciclo rápido de tentativa e erro é necessário para o progresso.
No Brasil, a verdade é muito dissemelhante. O fracasso empresarial cá tem consequências mais pesadas, em alguns casos afetando severamente a vida pessoal do empreendedor. Isso cria um envolvente onde é mais geral ver negócios sendo sustentados por longos períodos, mesmo quando não estão dando os resultados esperados. Há uma maior resistência a pivotar ou mudar de rumo, em secção devido ao pânico das repercussões sociais e reais do fracasso. Nossa dificuldade em mourejar com o fracasso acaba por retardar o ritmo de inovação no país.
O capital disponível também é um fator chave. Nos EUA, com um Resultado Interno Bruto (PIB) estimado em US$ 26,95 trilhões, o entrada a capital é muito mais rico. Isso cria um ciclo virtuoso: empreendedores e investidores que obtêm sucesso acabam reinvestindo no ecossistema, seja por meio de investimento-anjo ou através de grandes fundos de pensão que apostam em empresas de tecnologia.
Um exemplo interessante é o da Nvidia: uma pesquisa realizada em junho deste ano com mais de 3 milénio funcionários da empresa (de um totalidade de murado de 30 milénio), indicou que 76% deles afirmaram ser milionários. Sendo que um em cada três funcionários tinha um patrimônio líquido superior a 20 milhões de dólares (um pouco próximo a 112 milhões de reais). Isso foi provável graças a um programa de compra de ações da Nvidia, que permite aos funcionários adquirirem papéis com desconto de 15%. Quando as grandes empresas oferecem essa possibilidade, esse capital volta ao mercado em forma de novos investimentos, alimentando ainda mais a inovação.
Com mais capital disponível, os americanos têm um gosto maior por risco, o que acelera o ciclo de inovação. Empresas quebram mais rápido, mas a evolução também acontece com mais velocidade. No Brasil, por outro lado, o capital é mais escasso, o que diminui a disposição para percorrer riscos e limita o incremento de muitas startups, principalmente em período de tração.
O “Venture Capital – Master Guide”, produzido pela ACE Ventures em conjunto com o SoftBank e a Emerging VC Fellows, mostrou que no último ano o mercado de startups early stage no Brasil recebeu US$ 4 bilhões em investimentos, enquanto os Estados Unidos somaram US$ 245 bilhões no mesmo período.
Essas diferenças estruturais são profundas e afetam a maneira uma vez que os ecossistemas de startups se desenvolvem em cada país. Nos Estados Unidos, a opulência de capital, o histórico tecnológico e a cultura que abraça o fracasso criam um envolvente fértil para inovação disruptiva. No Brasil, temos desafios adicionais, mas também oportunidades únicas de adaptação e incremento, que exigem resiliência e originalidade por secção dos empreendedores.
* Pedro Carneiro é é sócio e Diretor de Investimentos na ACE Ventures, investidora early-stage
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