O diagnóstico de câncer anunciado por Kate Middleton, ou Catherine, a princesa de Gales, chocou o mundo no último dia 22 de março. Primeiro, porque os fãs da realeza britânica já estavam acompanhando há algum tempo o sumiço da esposa do príncipe William. E, segundo, porque Kate é uma mulher jovem, de apenas 42 anos.
A maioria das pessoas ainda acha que o câncer é uma doença que atinge apenas os idosos. Só que novas pesquisas científicas demonstram que a história não é bem assim.
Um estudo de 2023 publicado na revista BMJ Oncology concluiu que a incidência global de câncer de início precoce aumentou 79,1% e as mortes nessa faixa etária cresceram 27,7% entre 1990 e 2019.
A tendência é confirmada por um outro artigo científico. Um relatório divulgado em janeiro deste ano pela American Cancer Society afirma que o perfil dos pacientes com câncer sofreu uma alteração: está “cada vez mais mudando de indivíduos mais velhos para indivíduos de meia-idade”.
Os médicos fizeram o estudo comparando 3 faixas etárias – os adultos com 65 anos ou mais, aqueles entre os 50 e os 64 anos e os com menos de 50 anos. E o resultado foi o seguinte: “as pessoas com menos de 50 anos foram as únicas a registrar um aumento na incidência global de câncer” entre 1995 e 2020.
Em artigo para a CNN, o oncologista Jalal Baig reitera essa teoria. Disse que, na semana passada, atendeu uma mulher de 37 anos com câncer de mama e um homem de 45 anos com câncer de cólon. Os dois já sofriam com metástases, ou seja, a doença já havia se espalhado para outra parte do corpo, além da que sofria com o tumor original.
Investigação sobre os motivos
Diante desse aumento de casos, Baig destaca que o mais importante agora é estudar as razões que estão levando a esse fenômeno – justamente para combatê-lo.
Durante muitos anos, os especialistas acreditavam no papel determinante da genética e dos oncogenes no aparecimento da doença. A percepção da ciência sobre esse tema não mudou, mas os médicos passaram a prestar mais atenção em outros fatores externos.
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Um estudo relativamente antigo, de 2004, já indicava que o câncer podia ter relação também com a dieta e o estilo de vida das pessoas. A alta nos casos precoces estaria ligada, portanto, a mudanças ocorridas nessas duas áreas a partir de meados do século passado.
A lista de possíveis culpados é grande e pode incluir os alimentos ultraprocessados, as bebidas açucaradas, o excesso no consumo de carne vermelha, tabagismo, álcool, alterações do sono, obesidade e sedentarismo.
O doutor explica que sozinhos e especialmente em conjunto, estes fatores podem alterar os processos internos do nosso corpo, perturbando o metabolismo e aumentando a inflamação.
Apesar de todos esses indicativos, o oncologista afirma que já recebeu em seu consultório inúmeros pacientes com câncer que se alimentavam de forma saudável e praticavam atividade física regularmente. Ou seja, não dá para cravar que o câncer está ligado exclusivamente a maus costumes.
Por isso a necessidade de novos estudos.
O câncer da princesa de Gales
- Kate Middleton descobriu o câncer após uma cirurgia abdominal de grande porte realizada em janeiro.
- O anúncio foi feito pelas redes sociais, em vídeo no qual ela afirma que tudo foi um “grande choque” depois de “alguns meses incrivelmente difíceis”.
- Kate já começou a quimioterapia e passou uma mensagem positiva, dizendo: “Estou bem e a cada dia mais forte”.
- O Palácio de Buckingham não revelou detalhes na época do procedimento, em janeiro, aumentando os rumores sobre o sumiço da princesa de Gales.
- O Palácio de Kensington, residência oficial dela e do príncipe William, não informou qual é o tipo de câncer enfrentado por Kate.
- Um porta-voz do palácio declarou que a família real “não vai compartilhar mais nenhuma informação médica particular” e que “a princesa tem direito à privacidade médica, assim como todos nós”.
- O que sabemos é que ela está sendo submetida a uma “quimioterapia preventiva” e que está nos estágios iniciais do tratamento.
- Quimioterapia é um termo genérico para medicamentos que matam células cancerígenas, com o objetivo de reduzir o risco do câncer permanecer ou voltar.
As informações são da CNN.
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