A partir desta quinta-feira, 21, quem estiver pelo Rio de Janeiro/RJ poderá comemorar junto com o Sebrae o centenário da mestra artesã Izabel Mendes da Cunha. A exposição “Dona Izabel: 100 anos da Mestra do Vale do Jequitinhonha”, que desembarca no Núcleo Sebrae de Referência do Artesanato Brasílico (CRAB), foi inaugurada na noite desta quarta-feira, 20, com a presença da diretora de Gestão e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho.
A exposição é composta por 300 obras assinadas por Dona Izabel, distribuídas em oito salas do CRAB. A iniciativa é um resgate à memória da mestra artesã, uma das mais notáveis artistas populares do Brasil. “A obra da Dona Izabel não é só de Minas Gerais, não é só do Brasil. Ela já é da Unesco, ela já é do mundo”, destacou Margarete Coelho.
Além de 1º lugar no prêmio UNESCO de Artesanato para a América Latina, em 2004, Dona Izabel é referência da frase das tradições herdadas pelas comunidades ceramistas do Jequitinhonha, cujas características do trabalho com o barro levaram ao reconhecimento da cultura popular da arte em barro porquê Patrimônio Intangível de Minas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, em 2018.
“Dona Izabel foi uma das protagonistas ao ortografar um capítulo importante da arte popular brasileira e que teve perenidade em várias outras artesãs e artesãos que trazem toda a pujança que veremos na exposição”, completou o professor Ricardo Lima, curador da exposição.
A família de Dona Izabel e artesãos do Vale do Jequitinhonha, que têm porquê referência a mestra artesã, também participaram da inauguração da exposição. “A família sente muita saudade, fica triste pela privação da Dona Izabel, mas muito orgulhosa pela grande história”, comentou a artesã e filha da mestra, dona Glória.
Artesanato e empreendedorismo
A diretora do Sebrae Pátrio destacou o CRAB porquê um espaço de valorização do artesanato brasílico, priorizando técnica e profissionalismo e transformando arte em empreendedorismo. “Deixa de ser um passatempo, um ponta, um ganha-pão e passa a reconhecer os artesãos porquê empreendedores. Isso é um salto de qualidade que nós precisamos dar e o CRAB existe exatamente para isso, para ser o grande palco do artesanato, da artesania brasileira”, falou.
O diretor superintendente do Sebrae RJ, Antônio Melo Alvarenga Neto, corroborou ao manifestar que Dona Izabel é a “correspondência mais leal do pequeno empresário. O artesão é, antes de tudo, um pequeno empresário”. Para o diretor superintendente do Sebrae Minas, Afonso Rocha, legado é a termo que vem à mente quando pensa em Dona Izabel. “Porque a Dona Izabel foi uma pessoa que não só conseguiu empreender na sua arte, mas também conseguiu transferir todo esse conhecimento e essa técnica para muitas pessoas e hoje a gente vê Dona Izabel em todo o Vale do Jequitinhonha”, justificou.
Artesanato porquê potencializador do turismo
O diretor de Desenvolvimento do Sebrae RJ, Sergio Mamparra, que conduziu a cerimônia, salientou que o legado de Dona Izabel não se resume exclusivamente às criações, mas também à liberalidade em transmitir seus conhecimentos. Isso impactou diretamente no desenvolvimento da região, gerando ofício e renda, em torno da originalidade que fomenta o turismo cultural. “Existe um grande fluxo de turistas que visitam o Vale do Jequitinhonha interessados em saber a cultura e comprar produtos diretamente dos artesãos”, disse.
Recentemente, o CRAB participou do 8º Salão Pátrio do Turismo, no Rio de Janeiro, apresentando o artesanato porquê uma maneira dos turistas revisitarem os lugares pelos quais passam.