Foi protocolado nesta terça-feira (23), o pedido de reconhecimento do registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Proveniência (IP), para as Tortas de Carambeí. Com o selo, que reconhece a autenticidade e qualidade do resultado, a expectativa é potencializar e solidificar o turismo gastronômico em Carambeí – que já é conhecida uma vez que a Cidade das Tortas –, além de fomentar a economia sítio e regional.
A estudo para a licença da IG será feita pelo Instituto Pátrio de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela chancela. As tortas são produzidas na cidade paranaense desde 1911, estação da colonização holandesa e, com o passar dos anos, as receitas evoluíram até saber o nível atual. A tradição da confeitaria entre os imigrantes e seus descendentes se popularizou localmente. Até mesmo aqueles que não possuíam relação com famílias de imigrantes encontram, na produção de tortas, uma natividade de renda.
Empresários locais celebram o repositório do pedido de IG junto ao INPI em evento realizado nesta quarta-feira (24). Foto: Rogerio Junior
Os produtos são feitos com base em receitas de imigrantes holandeses e descendentes, que se tornaram patrimônio intáctil e posicionam a cidade na rota do turismo gastronômico. As tortas são elaboradas de forma artesanal, com insumos de subida qualidade não industrializados e regionais.
Segundo Christian Dykstra, presidente da Associação dos Produtores de Tortas de Carambeí e diretor-administrativo do Frederica’s Koffiehuis, a novidade temporada é um passo importante e de novas oportunidades.
Para nós, a IG é motivo de orgulho, e saber que estamos cada vez mais perto de conseguir faz continuarmos trabalhando intensamente para isso. É um trabalho em conjunto, possibilitado através do escora do Sebrae/PR, que trará o reconhecimento e o ‘título solene’ de Tortas de Carambeí para o município que já é espargido, informalmente, uma vez que Cidade das Tortas.
Christian Dykstra, presidente da Associação dos Produtores de Tortas de Carambeí
Para o empresário Paulo Ricardo Los, que tem um moca no lavandário Het Dorp, na cidade, todo o processo realizado até o momento em procura do registro da IG para as Tortas de Carambeí foi difícil.
“Foram diversas reuniões. No meu caso, que estou começando agora com a comercialização das tortas, a certificação é importante pois, garante, a qualidade dos produtos. As tortas já têm notoriedade e a chancela reforça que temos um resultado de qualidade e fidedigno”, considera.
A opinião é compartilhada pelo empresário Diego Wolf, das Tortas Wolf, que mantém um empreendimento na cidade e vice-presidente da APTC.
“Conseguir esse reconhecimento nos deixa ainda mais motivados a crescer e ajudar Carambeí na sua expansão. Todo esse processo irá fazer com que a cidade fique mais famosa, a visibilidade dela será muito maior, os turistas irão vir mais, assim a procura pelas tortas será muito grande também”, analisa.
Para Froukje de Jong Bueno, coordenadora universal do Koffiehuis Restaurante e Souvenirs e do Museu Parque Histórico de Carambeí, a IG permitirá que o empreendimento se conecte à história e geografia da região, por meio das receitas centenárias transmitidas pelas famílias.
“Espera-se que com a conquista da IG possa proteger a autenticidade do resultado e valorizar tanto a origem quanto a identidade cultural. A IG certamente despertará o interesse de turistas e visitantes em vivenciar a autenticidade da culinária sítio, especificamente as tortas. Isso beneficiará o Koffiehuis para que a economia sítio se fortaleça, gere empregos e promova o desenvolvimento sustentável da região”, considera.
A consultora do Sebrae/PR, Nádia Joboji, lembra que, em 2023, foi refeito o diagnóstico técnico para a avaliação do potencial de IG das Tortas de Carambeí, com o intuito de verificar o interesse dos empresários do setor, a notoriedade do resultado e uma vez que a comunidade enxergava esse reconhecimento, com bases históricas e técnico-científicas.
Tortas encantam turistas pelo sabor e qualidade. Foto: Divulgação
Um dos pontos para buscar a Indicação Geográfica envolveu a geração da Associação dos Produtores de Tortas de Carambeí (APTC). Formada por empresários, a mesma implementou uma metodologia inovadora de avaliação sensorial do resultado, com transporte técnica do Sebrae/PR, com o intuito de medir a qualidade, sabor, medida, dimensão, venustidade, entre outros aspectos.
“Acreditamos que micro e pequenos negócios têm a lucrar com o IG, que ajuda a perfurar mercados, amplia a competividade e promove o desenvolvimento sítio, consolidando ainda mais o Turismo e outras áreas envolvidas com a prisão do resultado”, pontua a consultora do Sebrae/PR.
Celebração
Para comemorar a tradição e a primazia do resultado, foi realizado um evento nesta quarta-feira (24), no Koffiehuis Confeitaria e Restaurante do Museu Parque Histórico de Carambeí, onde foram apresentados o noção das IG e a avaliação sensorial das autênticas Tortas de Carambeí.
Cidade das tortas
O título de Carambeí Cidade das Tortas surgiu com incentivo da Prefeitura Municipal, com a geração do Festival de Tortas. O evento reúne confeiteiras artesanais e confeitarias consolidadas de Carambeí. Devido à realização do evento, turistas de diversas regiões conheceram a cidade uma vez que a Rota das Tortas e estendem as visitas durante o ano todo.
Produtos com IG no Paraná
Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e bagaceira de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Setentrião Pioneiro; morango do Setentrião Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; projéctil de banana de Antonina; erva-mate São Matheus, do sul do Paraná; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, mas que envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.
Outros produtos estão em procura do registro e possuem pedidos depositados no INPI: Broas de Centeio de Curitiba; Mel de Prudentópolis; Urucum de Paranacity; Queijos do Sudoeste do Paraná; Cracóvia de Prudentópolis; Mesocarpo de Onça de Curitiba; Moca de Mandaguari; Ponkan de Cerro Azul; Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu e Ginseng de Querência do Setentrião e o Pão no Bafo de Palmeira.