Uma recente descoberta feita pelo físico teórico Rajendra Gupta, da Universidade de Ottawa, no Canadá, desafia o conhecimento científico sobre a idade e a estrutura do Universo – colocando em dúvida a existência da matéria escura e duplicando a idade estimada do cosmos.

Gupta propôs uma teoria audaciosa que questiona a noção estabelecida de que o Universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos. Em vez disso, ele sugere que pode ser muito mais antigo, com até 26,7 bilhões de anos. 

Teoria de Gupta desafia a existência da matéria e da energia escuras no Universo. Crédito: SRStudio – Shutterstock

Análise de ondas sonoras fossilizadas reconta a história do Universo

Essa teoria se baseia na análise de ondas sonoras fossilizadas presentes nos mapas de galáxias. Tais ondas sonoras, remanescentes dos primeiros momentos cósmicos, indicam, segundo Gupta, uma história muito mais longa para o Universo do que se pensava anteriormente.

Além de desafiar a idade do Universo, a teoria de Gupta também lança dúvidas sobre a existência de conceitos fundamentais como matéria escura e energia escura. Ele propõe que a expansão acelerada do Universo não seja causada pela energia escura, como se acredita, mas sim por forças naturais que se enfraquecem à medida que o cosmos se expande.

Embora ousada, essa ideia tem suas raízes em teorias anteriores. Ela remonta a uma proposição feita há quase um século pelo físico suíço Fritz Zwicky, que levantou a hipótese da “luz cansada”. Zwicky sugeriu que o deslocamento para o vermelho observado em objetos distantes poderia ser resultado da perda de energia ao longo do tempo.

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Representação de como ocorreu a evolução do Universo a partir do Big Bang. Créditos: Andrea Danti/Shutterstock

Se a teoria de Gupta estiver correta, suas implicações serão profundas e abrangentes. Isso exigirá uma reavaliação completa de nossos modelos sobre a formação e a evolução das galáxias, bem como um novo olhar sobre como as forças fundamentais da natureza podem ter mudado ao longo da vasta história do Universo.

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Naturalmente, uma teoria tão radical não será aceita sem uma investigação rigorosa da comunidade científica. Gupta terá que convencer seus colegas cosmólogos de que sua teoria oferece uma explicação mais precisa e completa do Universo, o que exigirá mais pesquisas e evidências adicionais para respaldar suas ideias.

Por enquanto, o Universo mantém sua idade oficial de 13,7 bilhões de anos, mas a teoria de Gupta, proposta em um artigo  publicado este mês na revista The Astrophysical Journal,  nos lembra que ainda há muito para descobrir e entender sobre o cosmos.

Além de seu impacto na astronomia e na física, a teoria de Gupta nos desafia a repensar nossas concepções fundamentais sobre o tempo, o espaço e a existência. Se o Universo for, de fato, significativamente mais antigo do que pensávamos, isso pode transformar radicalmente a compreensão do nosso lugar no cosmos e o significado de nossa própria existência.

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