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90% das mães são afetadas por burnout parental, revela pesquisa 

Uma pesquisa realizada pela B2Mamy, maior comunidade de mães do país, em parceria com a Kiddle Pass, primeiro aplicativo de atividades interativas para crianças, revelou que 9 em cada 10 mães sofrem de burnout parental, um dos maiores obstáculos para a justiça de gênero no mercado de trabalho.  

O levantamento, que teve mais de 1.500 participantes, revela também que 5 em cada 10 já receberam qualquer tipo de diagnóstico referente à saúde mental, enquanto 6 em cada 10 foram questionadas sobre filhos em momentos de promoções e seleção para vaga. 

“Começamos leste projeto com o olhar do esgotamento materno, um tanto que presenciamos em nosso dia a dia com toda a comunidade. Entretanto, ao nos depararmos com os resultados, entendemos que se trata de um tanto maior que exclusivamente a rotina diária das mães. O impacto está em todos os lugares e tem consequências na sociedade e no envolvente de trabalho. Discutir e trazer à luz a sobrecarga materna e o burn out parental é falar também sobre justiça de gênero” diz Lygia Imbelloni, médica e Head de Saúde e Muito-estar da B2Mamy.  

Apesar de ter sido discutido pela primeira vez em 1983, foi só nos anos 2000 que o burnout parental ganhou destaque, impulsionado pela crescente participação das mulheres no mercado de trabalho e pelo aumento do burnout profissional. A pandemia de COVID-19 agravou a situação, revelando as desigualdades que as mães enfrentam. O tema foi discutido em um estudo de 2022 da Universidade de Ohio, que revelou que 66% dos pais que trabalham sofrem de burnout parental, com 68% das mães e 42% dos pais afetados.  

Mães são maiores vítimas do burnout 

Porquê a primeira estudo realizada exclusivamente com mães, o resultado da pesquisa de Burnout Parental é preocupante. Mais da metade das entrevistadas estão em estado de esgotamento mental, com estágios entre graves ou moderados. 

Mariana Pereira, diretora do projeto e Educadora Parental na Kiddle Pass, destaca que o cenário é mais agravante em grupos de vulnerabilidade. “Esperávamos um levantamento muito parecido com os da Universidade de Ohio, porém quando olhamos os marcadores sociais, encontramos uma veras alarmante, condizente com o cenário de saúde mental dos brasileiros, de maneira universal. Segundo o Relatório Mundial de Estado Mental do Mundo 2024, o Brasil tem o terceiro pior índice de saúde mental no mundo, só perdendo para África do Sul e Reino Unificado”, alerta. 

Maternidade ainda é tabu no mercado de trabalho 

Das mulheres ouvidas, tapume de 85% estão exercendo atividades remuneradas, e entre essas, 57% reportaram já terem sido questionadas sobre maternidade e gravidez em processos seletivos e promoções. A maioria delas conta com a família uma vez que rede de suporte ou não possui assistência. Auxílios das empresas se limita ao imprescindível e às iniciativas obrigatórias uma vez que licença, projecto de saúde e auxílio creche. 

Outra preocupação intensa percebida na estudo é a culpa e a sobrecarga na conciliação trabalho e filhos. Em média, 75% das mães/figuras parentais maternas chegaram a questionar, em qualquer momento, a permanência no mercado de trabalho diante do adoecimento e transtornos mentais, diagnosticados em mais da metade das respondentes.  

“Enquanto as engrenagens das corporações não se atualizarem, a término de entenderem e atenderem as demandas do público feminino em suas políticas, iniciativas e benefícios, a permanência da mulher no mercado de trabalho continuará sendo condicionada a um malabarismo que tenderá a adoecê-la” finaliza Mariana Espindola, CEO da Kiddle. 

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O post 90% das mães são afetadas por burnout parental, revela pesquisa  aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Cecília Ferraz